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Há diversos factores que originam problemas nas mãos, sejam malformações genéticas, doenças, acidentes ou mesmo o decurso natural de uma actividade. Felizmente nos dias de hoje temos a possibilidade de, através da evolução da ciência e tecnologia e desenvolvimento avançado de produtos, resolver estas situações de forma segura e com relativamente poucos riscos associados. Estamos a falar de melhorias na vida das pessoas que terão um efeito muito positivo no seu dia-a-dia e ainda na sua auto-estima.
Dos vários distúrbios que se podem corrigir com a cirurgia reconstrutiva, destaco a Síndrome do túnel do canal cárpico e o Dedo em gatilho.
A síndrome do túnel do canal cárpico trata-se de uma compressão do nervo mediano ao nível do punho no chamado canal cárpico. É uma patologia extremamente frequente e incapacitante em que os sintomas começam por ser intermitentes para depois se tornarem constantes: dor na mão com dormência e picadas sentidas principalmente à noite e, numa fase mais avançada, falta de força na mão, insensibilidade e atrofia muscular. Os principais fatores que contribuem para o aparecimento da síndrome do túnel do canal cárpico são a hereditariedade, o uso excessivo da mão nas atividades profissionais, as alterações hormonais relacionadas com a gravidez e doenças como diabetes, artrite reumatóide e desequilíbrio da tiróide. Para a sua resolução basta uma cirurgia em ambulatório com anestesia local onde se faz uma pequena incisão que irá cortar o ligamento sobre a parte superior do punho e aliviar a pressão no túnel cárpico.
O dedo em gatilho ou tenossinovite estenosante é uma inflamação perto do tendão responsável por dobrar o dedo, fazendo com que fique sempre dobrado, mesmo que o tente esticar. Os principais sintomas são dor na base dos dedos ou na palma da mão, inchaço e endurecimento do dedo e ocorrência de um estalido quando se tenta esticá-lo parecendo ter algum impedimento. As causas para o aparecimento do dedo em gatilho não estão totalmente esclarecidas mas situações como um traumatismo da palma da mão ou a realização de atividades repetitivas podem provocar irritação dos tendões flexores. Para o solucionar, a cirurgia passa por realizar um pequeno corte na palma da mão e a mobilização activa do dedo começa geralmente logo no pós-operatório e a utilização normal do dedo pode recomeçar assim que deixar de sentir desconforto. Este procedimento em ambulatório com anestesia local ou geral tem um baixo índice de complicações e excelente resultado a curto e médio prazo.
De salientar que há ainda uma diversidade de outros problemas nas mãos que passam por fracturas dos dedos, lesões nos tendões, doenças degenerativas – como a Osteoartrose, Artrite Reumatóide, Gota, Psoríase – e ainda malformações – como por exemplo a Sindactilia, união dos dedos, e a Polidactilia, existência de mais um dedo – que podem ser resolvidas através da cirurgia reconstrutiva beneficiando a saúde e a vida geral dos pacientes.
O paradigma da cirurgia oncológica da mama alterou-se nos últimos anos. Neste momento não só se pretende uma cirurgia oncológica eficaz, como uma reconstrução imediata e perfeita que devolva à mulher a sua silhueta, levando a uma melhoria do seu bem-estar geral e auto-estima.
Com este procedimento pretende-se reconstruir uma mama que se aproxime das expectativas da paciente, quer do ponto de vista psicológico, quer estético atendendo a vários parâmetros, nomeadamente à simetria (volume e forma) com a mama oposta, projecção e nível do sulco infra mamário. Numa ação de alinhamento multidisciplinar, a abordagem destes casos clínicos assenta num diálogo entre as especialidades de Oncologia, Cirurgia Geral, Ginecologia /Obstetrícia e Radioterapia
As opções cirúrgicas dividem-se entre a mobilização dos tecidos da mama restantes após a excisão do tumor, a reconstrução com próteses mamárias ou retalhos, ou mesmo uma associação das duas técnicas. Neste momento a complementação com os enxertos de gordura, como técnica isolada ou em associação a próteses ou retalhos permite alcançar uma simetria ainda mais perfeita. A seleção de um dado método depende do estado clínico da paciente, bem como das suas expectativas e tolerância.
Os métodos a que recorremos habitualmente são a colocação imediata de um implante mamário, a colocação de um expansor num primeiro tempo e, posteriormente, um implante mamário e a reconstrução com recurso a retalhos músculo-cutâneos ou métodos microcirúrgicos.
As queimaduras são a maior agressão que se pode fazer aos tecidos de revestimento do corpo humano. Quanto maior a extensão da superfície corporal queimada e a profundidade da lesão, maior a seriedade pelo que existem 3 graus de gravidade de queimaduras e cada um requer um cuidado especial e específico, que depende não só da gravidade mas também do agente causador. Felizmente a cirurgia plástica tem avançado muito este campo. Na fase aguda da queimadura são necessárias cirurgias de desbridamento (limpeza), enxertos ou retalhos associado a monitorização clínica intensiva. Numa fase posterior, pode ser necessária a cirurgia plástica de reparação.
A queimadura pode ser causada por agentes térmicos, químicos ou electricidade, variando de pequenas lesões tratadas ambulatoriamente até lesões de grande extensão que levam a um comprometimento sistémico importante e obrigam a um internamento numa unidade de queimados. O tratamento de queimaduras pode ser realizado recorrendo a excisões precoces, enxertos de pele parcial (epiderme e parte da derme) ou total (epiderme e toda a derme) ou retalhos. Em relação a sequelas, é possível prevenir através de compressão, utilização de cremes de silicone ou similares e massagem coordenada por técnicas especializadas.